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Estado de fluxo

Ômar Souki

Você já se envolveu tanto com uma tarefa—seja arrumando a casa, cozinhando, praticando jardinagem, pintando, trabalhando etc.—que perdeu a noção do tempo? E depois de ter realizado o que estava fazendo sentiu-se realizado e satisfeito? Quando isso acontecesse atingimos o estado de fluxo. É a sensação de estar fluindo com a correnteza de um rio. Em geral, entro nesse estado quando estou orando, meditando, lecionando, lendo ou escrevendo, mas pode ocorrer durante outras atividades. Quando estou em fluxo tenho atenção plena no que estou fazendo, sinto leveza mental e tenho a sensação de que não estou me esforçando.  

Quando os nossos neurônios estão alinhados por metas bem claras, entramos em fluxo, e realizamos muito com menos esforço. Mas, se estamos preocupados ou estressados, ocupamos o cérebro ativando circuitos que interferem com o fluxo. Gastamos mais tempo e energia para realizar muito menos do que somos capazes de fazer. Uma pesquisa da McKinsey & Company mostrou que quando estamos em fluxo nossa produtividade aumenta em até cinco vezes (Maria Laura Saraiva, forbes.com.br, 05/agosto/2021).  Além de termos mais satisfação no que estamos realizando, o trabalho se torna mais prazeroso e apresenta melhor qualidade. Julia Martins (asana.com, 06/maio/2021) apresenta algumas características desse estado:

Sensação de estar sintonizado com as (e em controle das) suas emoções;

Satisfação maior, pois o que é realizado no estado de fluxo mental tende a ser gratificante por si só;

Maior envolvimento com o próprio trabalho;

Sensação de criatividade aumentada, pois o autojulgamento diminui no estado de fluxo mental;

Foco maior no que está sendo feito;

Confiança de que é possível realizar com êxito o trabalho em mãos.

Algo que considero importante para entrarmos em fluxo é a escolha do ambiente adequado para a realização daquilo a que nos propomos. No meu caso, o simples fato de entrar em meu escritório, rodeando de estantes com livros, me convida para ler ou escrever. Encontrei no site positivepsychology.com (11/abril/2019) um artigo de Elaine Houston que elenca como entrar em fluxo:

 Busque o equilíbrio entre o desafio de uma tarefa e sua capacidade para realizá-la. Se o desafio é maior que a nossa competência provoca ansiedade; se for fácil demais, nos desmotiva.

 Tenha objetivos claros. Isso facilita o entendimento das ações a serem tomadas para completar a tarefa em questão.

 Não se preocupe com a percepção que os outros têm de sua pessoa. Quando em fluxo, estamos tão intensamente envolvidos com o momento presente, que não sobra tempo para nos preocupar-nos com aplausos ou rejeições.

 A experiência de fluxo é autotélica, isto é, a satisfação que a tarefa nos traz é a melhor recompensa. Não paramos para pensar em quais serão os prêmios futuros. O prazer que a atividade nos proporciona nos basta.

O fluxo ocorre quando estamos realizando algo que amamos fazer. Para isso precisamos estar tranquilos, bem descansados, motivados e conectados com o momento presente. O foco no aqui, agora, é essencial; e, para que isso aconteça, antes de iniciar as nossas tarefas é importante separar em nossa agenda um espaço para a oração ou meditação. Todo o tempo investido para aquietar a nossa mente será recompensado pela satisfação de realizar um trabalho de alta qualidade, com extremada leveza.   

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