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O PLANO E A FAZEÇÃO

Marcos Fábio G. Ferreira

Para quem já teve a oportunidade de me ouvir, sabe o quanto gosto de trazer à tona um termo que construí para explicitar a desgastante rotina que o dia a dia nos impõe: “A FAZEÇÃO”.

Todos os dias levantamos com coisas a fazer e vamos deitar com um caminhão de coisas para fazer no dia seguinte. Trata-se de uma rotina interminável de coisas que fazemos hoje, mas, que amanhã já temos de fazer de novo. É como a pia de nossa cozinha: você lava, lava, lava e, quando olha para ela, como mágica, surgiram mais louças para lavar.

Essa “fazeção” é parte de nossa vida e dificilmente, ficaremos livre dela. Isto é um fato!

Neste momento, você pode estar se perguntando: se essa fazeção é algo que faz parte da vida, então por que o tom crítico sobre ela? E é justamente neste ponto que nasce a nossa reflexão de hoje: O plano e a fazeção!

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Em minha visão, existem 2 tipos de ação: as rotineiras (fazeção) e as estratégicas, que são as ações que precisam ser feitas todos os dias, mas, que possuem uma ligação direta com os seus objetivos.

Se você começou a fazer a sua casa, certamente você teve que fazer um plano, que são os projetos (arquitetônico, elétrico, hidráulico, segurança, orçamento, etc.), certo? Então pronto, temos um plano! A partir dele, todas as ações para a construção da casa devem ser direcionadas pelo projeto e, a cada parede, a cada instalação elétrica ou hidráulica, há que se conferir se o projeto está seguindo como o planejado. Ajustes podem acontecer, claro, mas, se eles forem necessários, cabe então uma alteração no projeto e, vida que segue.

Todas as ações que te levam a cumprir o plano são importantes e devem ter uma prioridade em nossa jornada. Entretanto, nessa mesma obra, existem ações que, embora precisem ser realizadas, não têm uma ligação direta com o avanço do projeto, tais como limpar o canteiro de obras diariamente ou ficar administrando as expectativas ou picuinhas dos funcionários.

Opa, opa, opa… Você pode estar pensando aí: “alto lá Marcos Fábio! É claro que resolver essas coisas são importantes, pois, se não forem gerenciadas irão afetar a obra”.Então deixa eu explicar melhor: é claro que são importantes, mas, se você achar que o foco é esse, você vai entrar em 01/01 fazendo isso e terminar 31/12 fazendo isso. Seu tempo ficará escasso e a obra não vai andar, pois, se Maslow disse que quando uma necessidade é sanada ela dá lugar a outra, eu digo que todo problema quando sanado, dá lugar a outro e a outro e a outro.

Quando o seu foco está nos projetos estratégicos, esses problemas do dia a dia, as picuinhas, as reclamações e os imprevistos se tornam desafios, obstáculos a serem vencidos, mas que, diante do projeto total, se tornam insignificantes.Uma pessoa que tem esse tipo de mentalidade, quando perguntada sobre “como anda a obra”, poderá lhe dar 3 tipos de resposta: a) estamos dentro do cronograma; b) estamos adiantados ou, c) atrasados.

Perceba que o foco da resposta é a entrega. Já uma pessoa com a mentalidade da “fazeção”, quando ouvir a mesma pergunta, vai responder assim: vixi! É só problema! O pedreiro faltou, o cimento acabou ontem e até agora não chegou, o servente fez a massa errada… Nossa! É tanta reclamação que nos dá uma angústia e faz parecer que está tudo perdido, o que NÃO É VERDADE!

O grande segredo para você sair da “fazeção”, não é parar de fazer as coisas, mas sim, focar em fazer as coisas que te levarão para algum lugar, por isso o projeto/plano é importante, pois mostrará a você que, embora esteja dando um trabalho danado, existe uma evolução em relação ao que você deseja.

O exemplo aqui foi de uma obra, mas serve para a empresa, para o casal ou para a vida pessoal. Quem não tem um plano, quando perguntado em dezembro sobre o que ele evoluiu, possivelmente, não saberá te responder… apenas terá a sensação de que trabalhou, trabalhou, trabalhou, mas que nada saiu do lugar.Essa é a sensação da “fazeção”: você começa o dia fazendo, termina o dia fazendo, começa o ano fazendo, termina o ano fazendo… e o que você precisa fazer de importante, você não fez!Bom fim de semana!

Por Marcos Fábio G. Ferreira

#NRF2022 #PLANEJAMENTO #COMPORTAMENTOEMPREEDEDOR

*Marcos Fábio é consultor de empresas, empresário e conselheiro de administração com 21 anos de mercado. É colunista do portal G37 e escreve temas ligados ao mundo corporativo.

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