Esportes

Beneficiados pelos programas Bolsa Atleta e Bolsa Técnico colecionam medalhas e histórias de superação

Nos últimos quatro anos, iniciativas do Governo de Minas distribuíram 504 bolsas com investimento de R$ 6,2 milhões; em 2024, outras 203 pessoas serão beneficiadas

“O Bolsa Atleta vem me ajudando muito a ir aos campeonatos, nas inscrições, no transporte e materiais para os cavalos. A bolsa me ajuda nos treinos e nas competições, a dar o meu melhor nas pistas”. O relato de Bruno Dias Cambraia, atleta mineiro de 14 anos da modalidade hipismo, reforça a importância do Bolsa Atleta e Bolsa Técnico. Assim como ele, os programas já beneficiaram outras 504 pessoas, entre 2019 e 2022, com investimento total de R$ 6,2 milhões. As iniciativas do Governo de Minas fomentam o esporte no estado e colhem histórias de sucesso dentro e fora dos pódios.

Bruno Cambraia / Crédito: Arquivo Pessoal 

Beneficiado pelo Bolsa Atleta em 2023, Bruno Cambraia conseguiu participar de torneios importantes neste ano, como os Campeonatos Mineiro e o Brasileiro, conquistando a primeira colocação nas duas competições. Os bons resultados levaram o atleta a ser convocado para representar o Brasil no Sul-Americano da Juventude, que será disputado em Porto Alegre, em outubro. “O Bolsa Atleta vai me ajudar muito nesse campeonato, especialmente nos treinos, se precisar de algum material para manter a qualidade do cavalo”, completa Bruno.

O atleta do halterofilismo Luciano Bezerra Dantas, conhecido como Montanha, também beneficiado pelo Bolsa Atleta, conta que graças ao programa conseguiu se superar dentro do esporte. “Faço parte do programa que já tem me acompanhado há alguns anos, nas minhas competições e nos meus recordes pessoais. Meus agradecimentos ao Governo de Minas por sempre estar nos acompanhando”, pontua o atleta, que foi vice-campeão do Jogos Parapan-Americanos de 2019.

Superação

Aos 15 anos, Gabriel Melone sofreu um acidente de trem, em Cubatão, na Baixada Santista. O acidente resultou na amputação do braço e perna esquerdos. A natação, inicialmente, foi indicada como forma de reabilitação motora, mas logo se tornou uma forma de inserção social. “Desde então, continuo no esporte. Me identifiquei em estar nesse meio que promove e incentiva outras pessoas com deficiência a superarem seus limites”.

O atleta transformou a dor e o diagnóstico em motivação. Continuou nadando e, anos depois do acidente, foi terceiro colocado em Tóquio, nos 4×50 metros livre. Gabriel Melone conta que o Bolsa Atleta foi primordial para esse resultado. “A bolsa ajuda bastante, na compra de traje esportivo e outros materiais que são bastante caros, no acompanhamento de um nutricionista e na compra de suplementos de qualidade. Antes eu comia desregulado e não tinha esse suporte”, revela.

Competindo pelo Praia Clube, de Uberlândia, Gabriel lembra que antes de receber o auxílio era preciso contar com doações para continuar nadando. “Teve época que eu precisava pedir ajuda para comprar suplementos, para conseguir um traje emprestado para poder competir em alto rendimento. Quando comecei a receber o benefício, eu pude comprar. Então, mudou bastante”, avalia.

O técnico Alexandre Vieira é beneficiário desde 2016 e considera a bolsa importante para o desenvolvimento pessoal e profissional. “É fundamental na minha formação, principalmente em cursos, capacitações e também para material esportivo. O auxílio da bolsa também me ajuda nas despesas de rotina: gasolina, transporte e medicação”, pontua. “A bolsa me dá uma estabilidade maior. Hoje eu consigo é dar uma condição melhor para minha família também através da bolsa”, completa. Desde que passou a receber o auxílio do Governo de Minas, ele já participou de duas Paralimpíadas e três campeonatos mundiais.

Resultados positivos

Em 2023, atletas apoiados pelos programas, coordenados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), foram destaque em campeonatos internacionais. No Mundial de Natação Paralímpica, realizado em julho, na cidade de Manchester, no Reino Unido, foram 14 pódios conquistados, sendo cinco medalhas de ouro, uma de prata e oito de bronze. No Mundial de Halterofilismo Paralímpico, realizado em agosto, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a atleta Ângela Teixeira conquistou a medalha de prata na Categoria Lendas, que reúne as melhores atletas do campeonato com mais de 45 anos. “Faço parte do Bolsa Atleta há quatro anos. É um benefício que ajuda muito os atletas na alimentação, suplementação, compra de materiais esportivos. Tenho meu equipamento de treino graças ao Bolsa Atleta”, destaca.

Ângela Teixeira / Crédito: Arquivo pessoal

Nos últimos cinco anos, os programas colecionam resultados positivos de beneficiados em competições nacionais e internacionais. Em 2021, por exemplo, três atletas olímpicos e quatro atletas paralímpicos apoiados pelo Bolsa Atleta conquistaram medalhas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio.

“As bolsas são essenciais para a manutenção da carreira de atletas e técnicos de referência no cenário esportivo mineiro, permitindo que grandes talentos continuem a apresentar bons resultados em competições, inclusive, representando Minas e o país nas olimpíadas e paralimpíadas”, avalia o diretor de Incentivo ao Esporte de Participação, de Formação e de Rendimento da Sedese, Samuel Dutra de Souza.

A eficiência dos programas também pode ser medida pelo índice de permanência de atletas e técnicos, ou seja, aquelas pessoas que continuam recebendo a bolsa em anos consecutivos. Para receber o auxílio, atletas e técnicos precisam apresentar resultados expressivos em competições esportivas em nível nacional, estadual e internacional. Segundo Samuel de Souza, “existe um alto percentual de retenção de atletas no programa e de melhora de desempenho, ambos são superiores a 90%”, completa.

Categorias

Segundo Samuel, o programa auxilia e impulsiona a carreira esportiva dos atletas com e sem deficiência no estado, transformando vidas por meio do esporte. “O programa é uma política voltada para o esporte de rendimento que visa a manutenção da carreira, apoiando financeiramente o atleta, assim ele consegue se dedicar nos treinamentos, colher bons resultados”, destaca. “No Bolsa, nós temos os níveis estadual, nacional, internacional, olímpico e paralímpico. Em todos eles, temos excelentes resultados”, avalia.

O Bolsa Atleta é dividido em quatro categorias: estadual, nacional, internacional e olimpíco/paralímpico. O benefício é direcionado a atletas que tenham participado e conquistado, no ano anterior, uma das três primeiras colocações em competições de referência de âmbito estadual, nacional ou internacional. Além das categorias estadual, nacional e internacional, o Bolsa Atleta olímpico/ paralímpico é destinado, exclusivamente, aos atletas que tenham conquistado medalha de ouro, prata ou bronze, ou participado da última edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão ou de Inverno.

Já o Bolsa Técnico conta com duas categorias: o Bolsa Técnico I, destinado aos técnicos dos atletas aptos a pleitearem a bolsa atleta na categoria estadual, e o Bolsa Técnico II, que é destinado aos técnicos dos atletas aptos a pleitearem a bolsa atleta nas categorias nacional, internacional e olímpico/paralímpico.

Continuidade

Em 2024, os programas continuarão fomentando o esporte mineiro. Em julho, a Sedese publicou edital que vai beneficiar 203 pessoas, sendo 179 atletas e 24 técnicos, que receberão apoio financeiro das bolsas.

Dividido em diversas categorias, o edital vai proporcionar incentivos nos mais variados níveis de desempenho, com bolsas que variam entre R$ 750 a R$ 5 mil depositados a cada dois meses.

A divulgação da lista com os contemplados pelo edital está prevista para esta terça-feira (10/10).

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