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Liderança e psicologia positiva

Ômar Souki .

“Por gerações e gerações fomos levados a acreditar que a felicidade girava em torno do sucesso. Que, se nos empenharmos o suficiente, teremos sucesso e só quando tivermos sucesso é que poderemos ser felizes. Acreditava-se que o sucesso era o ponto fixo do trabalho, com a felicidade gravitando em torno dele. Agora, […] estamos aprendendo que o que acontece na verdade é o contrário. Quando estamos felizes—quando nossa atitude e estado de espírito são positivos—, somos mais inteligentes, mais motivados e, em consequência, temos mais sucesso. A felicidade é o centro, e o sucesso é que gira em torno dela” (Achor, Shawn. O jeito Harvard de ser feliz, p. 50).

Em minhas pesquisas sobre liderança, também comprovei essa constatação da psicologia positiva. Nos Estados Unidos estudei a trajetória de Bill Gates (Microsoft), Walt Disney (Disney Company) e Ted Turner (CNN). E no Brasil pesquisei o sucesso empresarial de Rolim Amaro (TAM), Salim Mattar (Localiza) e Beth Pimenta (Água de Cheiro). Desde cedo Bill Gates tinha o sonho de que cada lar e cada mesa de escritório tivesse um computador. Walt Disney fazia imagens mentais de parques de diversão que pudessem atender não somente a crianças, mas também aos adultos. Ted Turner projetava em sua mente uma rede de televisão que somente transmitisse notícias, 24 horas por dia. Mesmo antes de atingirem o sucesso, cultivavam atitudes otimistas com relação à vida e aos negócios.

No início da TAM, Rolim Amaro, sempre com um sorriso no rosto, distribuía pessoalmente balas para os passageiros. Salim Mattar, na falta de um motorista, ele mesmo, pegou um dos carros da Localiza e levou um cliente ao seu destino. Beth Pimenta, com sua alegria contagiante, enfeitava cada um dos frascos dos perfumes da Água de Cheiro com raminhos de flores, e os entregava embalados em um saquinho de feltro. Às vezes escutamos as pessoas comentarem que a felicidade, a alegria e a espontaneidade de Sílvio Santos têm origem em seu incrível sucesso empresarial. Mas, ao observar mais detidamente o caminho percorrido por ele, verificamos que mesmo na época em que era apenas um vendedor ambulante, ele irradiava alegria para todos à sua volta.

A psicologia positiva foi proposta por Martin Seligman. Ele sugeriu que a felicidade depende de emoção positiva, engajamento, relacionamento, significado e realização (positive emotion, engagement, relationship, meaning e accomplishment). Devido às iniciais em inglês o seu modelo é chamado de PERMA.

A emoção positiva é a resposta a seguinte pergunta: “o que faz com que eu me sinta bem? Os líderes de sucesso focam sua atenção naquilo que gostam de fazer e que fazem bem-feito. O engajamento é a entrega total a determinada atividade. É quando a pessoa se envolve tanto no fazer que atinge o estado de fluxo, isto é, ela perde até a noção do tempo. O relacionamento é uma das necessidades básicas do ser humano. É estar em contato com os outros, fazer amizade, ajudar e ser ajudado. O significado é a resposta a seguinte pergunta: “para que ou para quem estou fazendo isto? Os líderes sabem exatamente qual é o propósito de seus empreendimentos. A realização é aquele sentimento do dever cumprido. É quando olhamos para trás e dizemos com convicção: “Eu estou deixando o mundo melhor do que eu o encontrei!”

Aprendemos com a psicologia positiva que “as emoções positivas expandem o número de possibilidades que processamos, fazendo com que sejamos mais ponderados, criativos e abertos a novas ideias” (Achor, Shawn. O jeito Harvard de ser feliz, p. 55). Se a essas emoções adicionarmos também o engajamento, o relacionamento, o significado e a realização, ampliaremos nossas chances de seremos bem-sucedidos na vida e nos negócios.  

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