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Surgem dúvidas nos EUA sobre eficácia da automação veicular

Fernando Calmon

Certamente os vários recursos de direção semiautônoma hoje oferecidos em grande parte dos automóveis modernos têm seu papel reconhecido para evitar acidentes ou mesmo diminuir a gravidade dos ferimentos e até a letalidade. No entanto, pelo menos uma instituição pede cautela ao analisar a eficácia dos sistemas em uso.

O Instituto das Seguradoras para Segurança nas Estradas (IIHS, na sigla em inglês) é uma organização não governamental ligada às companhias de seguro nos EUA que faz seus próprios testes de colisão e estuda as soluções mais modernas de segurança ativa e passiva. O país tem 265 milhões de veículos de quatro ou mais rodas em circulação, cinco vezes superior à frota brasileira.

David Harkey, presidente do IIHS, em encontro virtual no Congresso americano no começo deste mês informou que o aviso de colisão frontal e a frenagem automática de emergência (AEB, em inglês) reduzem os impactos em 27% e 50%, respectivamente. Acidentes com pedestres foram evitados em 27% dos casos.

Os sistemas analisados de várias marcas eram do Nível 2 de automação parcial atualmente no mercado. “A pesquisa do IIHS apontou que em alguns casos podem aumentar o perigo nas estradas pois levam os motoristas à complacência ao volante. Os recursos atuais controlam a velocidade e até o volante, porém são incapazes de lidar com todas as situações de risco. Assim o motorista deve permanecer focado e pronto para assumir o comando o tempo todo. Em estudos observacionais, descobrimos que estes usuários tendem a dirigir mais rápido, desviam o olhar da estrada com mais frequência e por períodos mais longos, além de se envolverem em comportamentos de maior distração”, disse Harkey.

Por esse motivo, que aqui já comentei, alguns fabricantes estudam passar direto do atual Nível 2 para o Nível 4 de automação avançada com a ajuda de IA (Inteligência Artificial), descartando o Nível 3 de autonomia condicional. No Nível 4 nenhuma intervenção do motorista é mais necessária. Falta o consenso de quando isso se tornará possível e, principalmente, a que preço.

GWM apresenta três híbridos e nova estratégia de vendas

A GWM (Great Wall Motor e não Motors) escolheu para estrear no Brasil três SUVs importados da China. Os modelos H6 Premium são todos híbridos e em abril já estarão rodando por aqui.

Os preços começam em R$ 209.000 para um híbrido convencional (HEV), com pacote completo desde sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS, sigla em inglês), controle remoto de algumas funções pelo celular e atualização dos aplicativos a bordo pela nuvem (OTA, sigla em inglês). Com um motor elétrico e outro a combustão (1,5 turbo gasolina) entrega potência e torque combinados de 243 cv e 54 kgf.m. Acelera de 0 a 100 km/h em 7,9 s. O Corolla Cross híbrido muito menos equipado e desempenho bem modesto de 0 a 100 km/h em 13 s, além de dimensões inferiores, custa apenas R$ 1.000 a menos na versão XRX. A Toyota tem a seu favor apenas a tradição e uma rede de concessionárias ampla.

Por R$ 269.000, o H6 Premium Plug-in oferece uma solução diferenciada e mais um carregador portátil. Com dois motores elétricos, tração 4×4, 393 cv, espantosos 77,7 kgf.m e uma inédita bateria de 34 kWh em um híbrido que permite alcance de até 170 km (ciclo Inmetro). Pode acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 4,9 s. Como não se trata de um modelo 100% elétrico, há dúvidas se o Immetro também vai exigir um corte de 30% no alcance declarado.

A marca ainda adicionou o SUV cupê H6 GT com o mesmo trem de força e desempenho praticamente igual. Por R$ 30.000 a mais inclui câmera de reconhecimento facial e sistema de som JBL.

Apresenta também comercialização diferenciada com a nomeação de agentes, sem concessionárias tradicionais, em esquema semelhante ao da Tesla. O carro será faturado diretamente ao comprador final que pode optar por receber em casa. O estoque ficará por conta da fábrica. Assistência técnica centralizada também no esquema de leva-e-traz. E nada de lojas suntuosas.

O H6, mesmo na versão de entrada, tem desempenho muito bom numa primeira avaliação nos arredores da fábrica de Iracemápolis (SP). Foi feito ótimo trabalho de acerto dinâmico, o espaço interno é um grande ponto de destaque, os equipamentos de série surpreendem (não há opcionais). Estilo é atraente, mas falta um toque de personalidade.

Ofensiva da CAOA como importadora Hyundai

Dois produtos inéditos serão importados da Coreia do Sul ainda este ano. O modelo mais atraente é o crossover compacto Kona que terá versões híbrida e elétrica, além de dimensões próximas às do Creta. A primeira oferece um motor a combustão de 1,6 L e um elétrico que juntos entregam 141 cv e 27 kgf.m. O câmbio é automatizado de duas embreagens e seis marchas. Também há o Kona 100% elétrico com motor de 136 cv e categórico torque de 40,3 kgf.m. Principal diferença externa é a dispensa da grade dianteira. Alcance médio padrão Inmetro: 252 km. A CAOA ainda não definiu os preços, porém ambos devem chegar ao mercado em julho.

Já o Ioniq híbrido, hoje oferecido apenas em regime de locação, terá sua comercialização aberta agora em março. A mecânica híbrida é a mesma do Kona, mas se trata de um sedã liftback de porte semelhante ao Corolla com um porta-malas de 443 litros (470 litros no modelo japonês).

O grupo brasileiro também anunciou para 2024 a chegada do SUV grande Palisade com seus 4.980 mm de comprimento, 2.900 mm de entre-eixos e motor V-6 a gasolina de 3,8 L/295 cv/36,1 kgf.m. É esperado ainda o Ioniq 5, um hatch 100% elétrico com motor traseiro. Para 2025, ainda sem confirmação, poderão ser importados o Palisade híbrido e a quarta geração do Tucson. Este mesmo modelo produzido na terceira geração em Anápolis (GO) receberá retoques e faróis de LED.

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