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Vaidade das vaidades

Ômar Souki

“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade” diz o Eclesiastes (1, 2). E eu me pergunto: “Será que tudo é mesmo vaidade?”. Até certo ponto sim, as coisas da Terra passam, mas podemos nos utilizar das coisas que passam para alcançar as que não passam.  Quantas pessoas há que têm gosto pelo que fazem, que fazem bem-feito, e que se tornam verdadeiras bençãos para seus semelhantes?  Observo padres e pastores que com sua entrega conseguem elevar nossas almas. Médicos que com sua dedicação salvam vidas. Empreendedores que com seus negócios proporcionam empregos, dando sustento para milhares de famílias. E, assim por diante, quantos artistas, quantos escritores, quantos poetas etc. etc. Então, será que o autor do Eclesiastes não exagerou ao afirmar que tudo é vaidade?

Essa afirmação pode ser considerada como um alerta para não nos empolgarmos demais com as conquistas terrenas, mas estarmos sempre com os olhos voltados para o Céu, não importa o que estejamos realizando. “Busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6, 33). O significado, o propósito, de nossa vida não se encontra aqui, mas lá. Qualquer que seja a nossa atividade principal—a origem do nosso sustento—o foco deve ser o lado de lá.

“Examinei todas as obras que se fazem debaixo do sol, e cheguei à conclusão de que tudo é vaidade, uma corrida atrás do vento! […] Pensei comigo: aqui estou eu com tanta sabedoria acumulada que ultrapassa os meus predecessores em Jerusalém, minha mente alcançou muita sabedoria e conhecimento. Coloquei todo o coração em compreender a sabedoria e o conhecimento, a tolice e a loucura, e compreendi que tudo isso é também correr atrás do vento” (Eclesiastes 1, 14-17). Jesus trouxe a resposta para essas inquietudes: “Olhem os lírios do campo, como crescem e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu lhes asseguro que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus, veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada no fogo, não fará ele muito mais por vocês, pessoas de pouca fé?” (Mateus 6, 28-30).

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“Não ajuntem para vocês tesouros na Terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntem para vocês tesouros no Céu, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam e nem roubam, pois onde está o seu tesouro aí estará o seu coração” (Mateus 6, 19-21).

Colocar nosso coração, isto é, toda a nossa esperança nas coisas da Terra, isso sim, é a vaidade das vaidades, pois tudo passa. Mas, quando a pessoa se entrega com gosto a uma ocupação honesta, que beneficia aos semelhantes, essa entrega—em vez de ser uma vaidade—se transforma em louvor a Deus. Torna-se algo não só recompensado na Terra, mas também no Céu. Desde que se tenha a consciência de que—por melhor que seja a nossa situação neste mundo—as coisas que o Céu tem preparadas para nós superam a tudo o que conseguimos imaginar e realizar na Terra.

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