Minas Gerais

VLI inaugura, na próxima quarta-feira (27), a Estação de Memórias de Carmo do Cajuru

O objetivo da iniciativa é contar a história da ferrovia, que faz parte do patrimônio local

Para preservar a memória ferroviária, que faz parte do patrimônio material e imaterial de diversos municípios, e também criar espaços para que as novas gerações conheçam a história da ferrovia, a VLI – administradora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) –, em parceria com a AIC – Agência de Iniciativas Cidadãs e a administração municipal de Carmo do Cajuru (Centro-Oeste de Minas), inaugura na próxima quarta-feira (27), às 17h, a Estação de Memórias de Carmo do Cajuru. A cidade, que completará 74 anos no dia do evento, é cortada pelos trilhos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A exposição está instalada na Praça Presidente Vargas, s/n°, Centro.

O Programa Estação de Memórias reconta o passado, a partir de um processo de cocriação com as comunidades. Encontros e entrevistas identificam casos, lembranças e histórias de quem vivenciou o vai e vem dos trens. Esse conteúdo é transformado em um espaço expositivo que é montado na estação. 

Para a gerente de Responsabilidade Social da VLI, Maria Clara Fernandes, preservar as histórias para a presente e futuras gerações faz parte do compromisso da companhia de deixar legado e compartilhar valor com a sociedade. “Ao resgatar e preservar a memória ferroviária, reforçamos o conceito de que, para pensar no futuro, é preciso valorizar o passado. A VLI se orgulha por estar em Carmo do Cajuru e fazer parte da história do município, profundamente entrelaçada à atividade ferroviária”, destaca.

História

Em 1911, a primeira locomotiva chegou a Carmo do Cajuru. A história do território, a inauguração da ferrovia, o entorno da estação e os tipos de trens que circularam pelos trilhos do município são alguns dos temas abordados na Estação de Memórias. Para contar essa e outras histórias, a expografia lança mão de itens variados, como jogo da memória interativo, telégrafo de brinquedo, mapa ilustrado, linha do tempo, objetos cenográficos e históricos, histórias em áudio, pílulas em vídeo e personagens inspirados em figuras históricas.

A Estação de Memórias de Carmo do Cajuru traz destaques como a chegada da Maria Fumaça, apelidada de Baronesa; o trabalho dos ferroviários que  mantinham o funcionamento da ferrovia e a vida que se desenrolava em torno da estação. Também são contadas histórias inusitadas e marcantes com o trem, que permeiam a memória afetiva de cajuruenses, como o dia a dia dos trabalhadores da ferrovia, das crianças que brincavam no entorno da estação e dos passageiros e moradores que passeavam, namoravam e se divertiam esperando o trem passar.  

A pesquisa incluiu a identificação de 94 fotografias, além de 15 objetos e documentos históricos. Ao todo, ao longo de oito meses, foram realizadas 16 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de mais de 30 voluntários de Carmo do Cajuru.

A coordenadora do programa, Raíssa Faria, afirma que a passagem da ferrovia por Carmo do Cajuru deixou muitas lembranças afetivas e um legado importante para a cidade. “Registrar e difundir as histórias do trem de ferro na cidade é uma maneira de garantir que memórias afetivas tão ricas e preciosas não sejam esquecidas e perdidas. Toda essa pesquisa e entrega só foram possíveis pelo trabalho e contribuições de muitas mãos”.

Herança familiar

A paixão de Anyely de Almeida pela ferrovia é uma herança de família. A tradição passou do bisavô para o avô, para o pai e para ela, que hoje é mecânica da VLI. Anyely atua com máquinas de via e é responsável pela manutenção de diversos equipamentos. “Fui também uma das primeiras mecânicas de locomotiva na época. Atualmente já somos 16 mulheres na nossa área. Sempre me identifiquei muito com a ferrovia, desde criança. O quintal da minha casa era o pátio da estação”, relembra.

Nascida em Divinópolis, ela foi para Carmo do Cajuru quando tinha três anos. “Minha mãe conta que, quando meu pai veio para Cajuru, ela passava pela praça e os dois se cumprimentavam. Ele a vigiava da janela da estação. Foi assim que se conheceram. Queria que meu pai estivesse aqui, para ver o quanto me dedico para a VLI, assim como ele se dedicou um dia. Quando penso em ferrovia, a palavra que vem à minha cabeça é família. Não só por ser a quarta geração de ferroviários, mas porque todos com quem trabalho são minha família. A ferrovia é meu lar”, destaca Anyely de Almeida.

Balanço

Nos últimos anos, a VLI investiu mais de R$ 10 milhões para a reforma de seis ativos. Para este ano de 2023, a companhia investirá mais de R$ 2,4 milhões no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades. O investimento é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

Em 2022, o programa chegou a Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e a Cachoeira, na Bahia. Além das estações inauguradas neste ano em Carmo do Cajuru e Divinópolis, no Centro-Oeste Mineiro; Uberaba, Campos Altos, Araguari, no Triângulo Mineiro; Três Rios, no Rio de Janeiro, o projeto está previsto para ser implantado em Contagem e Santa Luzia, na RMBH; São João del-Rei e Tiradentes, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais; e Formiga, no Centro-Oeste Mineiro.

Fonte: VLI

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