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Os 4 desafios

O psiquiatra Phil Stutz sugere que na vida temos 3 desafios: a dor, a incerteza e o trabalho. Eu acrescento mais um: a morte! Nossa existência se caracteriza por uma sequência de incômodos, de inseguranças, de suor para ganhar o pão e por uma única certeza: a de que um dia iremos nos despedir do mundo dos vivos. Vista apenas dessa perspectiva, a nossa caminhada sobre o planeta fica sem sentido. Mas, podemos aprender a superar esses estorvos e transformá-los em oportunidades de crescimento pessoal, profissional e espiritual.

O sofrimento nos chega através de três dimensões: a material, a temporal e a espiritual. A dimensão material se refere às enfermidades do corpo, a temporal às intempéries da natureza e a espiritual às dores da alma. A forma mais sábia de se lidar com esses desafios é aceitando-os como instrumentos de crescimento. Sabemos que a vida nem sempre flui da forma que planejamos, mas nem por isso deixa de ser bela. A inspiração para seguir em frente pode nos vir de pessoas que superaram a dor. Frida Kahlo, aos seis anos de idade, venceu a poliomielite, mas a enfermidade a deixou com uma perna mais curta que a outra e um pé atrofiado. Além disso, aos 18 anos estava em um bonde que trombou com um trem e ela fraturou a pélvis. Foram vários meses de recuperação e 35 cirurgias. Mas, Frida não esmoreceu. Nos meses que teve de ficar de cama dedicou-se a pintura, tornando-se mundialmente famosa, expondo seus quadros em Nova York e Paris.  

A incerteza faz parte do nosso cotidiano. Não sabemos como iremos amanhecer no dia seguinte. A nossa única segurança é a fé em Deus. “Em paz me deito e logo adormeço, pois só você, Senhor, me faz viver em segurança” (Salmos 4, 8). “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a Terra. Ele não permitirá que eu tropece; o meu protetor se manterá alerta, sim, o protetor de Israel não dormirá; ele está sempre alerta!” (Salmos 121, 2-4). As inseguranças da vida podem ser vencidas através do cultivo da fé alimentada por uma forte espiritualidade, que consiste de orações, meditações, leituras bíblicas, práticas de caridade, jejuns e presença em celebrações religiosas. Estaremos vencendo as incertezas do caminho, quando acreditamos que o Senhor Jesus está sempre ao nosso lado, providenciando o melhor para o nosso crescimento material e espiritual.

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O trabalho—em vez de ser considerado como um peso—pode se transformar em fonte de realização pessoal. Pela manhã fui até a padaria, que estava lotada de gente à procura de pão quente. Ainda na fila eu notava a boa disposição e a simpatia de um dos funcionários. Ao olhar para cada cliente ele abria um gostoso sorriso e perguntava “quantos pães pra você?”. Com aquele simples gesto ele não só transformava o seu trabalho em algo agradável, como também alegrava a manhã das pessoas. Ao vê-lo agir assim, pude enfrentar a fila com mais paciência. A boa disposição ao realizar as nossas tarefas—que podem parecer enfadonhas—as transforma em canais de graças para nós e para os outros.

A morte. Sabemos que vamos morrer, mas não gostamos de pensar nisso. Em vez de ver a nossa partida como algo doloroso, podemos considerá-la como um renascer em Deus. O Papa Bento XVI afirmou: “Não é evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união em Cristo, que sofreu com infinito amor”.  Assim como não devemos fugir diante da dor, também não devemos fugir diante da morte, mas encará-la como uma lembrança de investir cada vez mais em viver bem e desfrutar de cada momento como se fosse o último.

Ômar Souki

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