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A misericórdia divina

Ômar Souki

“Ó Deus de insondável misericórdia, que me permite levar alívio e ajuda aos agonizantes pela minha oração indigna, seja bendito tantas mil vezes quantas estrelas há no céu, e gotas de água em todos os oceanos. Que a sua misericórdia ressoe de todos os cantos do orbe terrestre e se eleve até o escabelo do seu trono, glorificando esse seu maior atributo, isto é, essa sua insondável misericórdia!” (Faustina Kowalska, Diário, parágrafo 835). Foi assim que Santa Faustina abençoou a misericórdia do Senhor: “tantas mil vezes quantas estrelas há no céu, e gotas de água em todos os oceanos”.

Fui convidado para falar hoje (05 de outubro de 2022) sobre essa freira polonesa que faleceu em 1938, aos 33 anos, há exatamente 84 anos atrás.  

Fiquei conhecendo a devoção à misericórdia divina no Vale da Imaculada Conceição, em Piedade dos Gerais, MG, em 2008—uma comunidade católica com 80 casa e aproximadamente 200 moradores—onde acontecem aparições de Nossa Senhora. Mas, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a presença das imagens de Jesus Misericordioso (na fonte, na capela e em várias casas). Mostra Jesus caminhando em direção a nós, com a mão direita levantada nos abençoando e a esquerda sobre o coração, de onde saem dois raios, o vermelho para a direita e o branco para a esquerda. Depois vim a saber que o raio vermelho representa a vida—a ressureição—e o branco, a pureza—a santificação.

A curiosidade sobre tal devoção conduziu-me até o Diário de Santa Faustina, uma obra de 510 páginas (na edição brasileira). O que mais impressionou no livro é a intimidade que essa santa teve com Jesus. Ele lhe aparecia com tanta frequência que, pode-se dizer que era o seu orientador espiritual.

Faustina era apaixonada por ele: “Jesus oculto, vida de minha alma, objeto de meu ardente desejo. Nada sufocará em mim o amor por você. Isso me assegura a força do amor recíproco. Jesus oculto, venerável penhor de minha ressurreição. Em você concentra-se toda a minha vida. Você, Hóstia, me capacita para o amor eterno. E sei que também me amará, como sua filha. […] A minha vida junto a você começa já aqui na Terra, e se manifestará em toda a plenitude na eternidade, porque nosso amor recíproco nunca mudará”.  

Sobre a misericórdia ela também relatou: “Ó Deus, essa insondável misericórdia atrai e encanta sempre de novo as almas santas e todos os espíritos celestes. Mergulham em santo espanto esses espíritos puros, glorificando essa inconcebível misericórdia de Deus, que, por seu turno, os faz entrar em novo êxtase, tornando o seu louvor ainda mais perfeito” (parágrafo 835).

Jesus pediu-lhe que fosse instaurada na Igreja uma devoção que deveria constar de cinco passos:

Festa da misericórdia: a ser celebrada no primeiro domingo após a Páscoa.

Novena da misericórdia: nove dias de orações, ditadas pelo próprio Jesus, como preparação para a festa.

Quadro da misericórdia, com os dizeres: “Jesus, eu confio em você!”.  

Hora da misericórdia—15 horas: momento em que devemos parar o que estivermos fazendo e rezar o terço da misericórdia.

Terço da misericórdia: com orações ensinadas por Jesus.

Para as pessoas que rezarem o terço, Jesus prometeu: “No momento da misericórdia, eu nada negarei à alma que pedir. E, às almas que divulgarem essa devoção, eu as defenderei, não serei juiz, mas misericórdia, serei como uma mãe que defende seus filhos. Por isso, você, Faustina, não pode se omitir, se desculpar ou se justificar”.  

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