Na homilia do domingo (dia 01 de maio de 2022), o padre comentou a seguinte passagem das Sagradas Escrituras: “Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: ‘Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?’ Pedro respondeu: ‘Sim, Senhor, você sabe que eu lhe amo’. Jesus disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’. E disse de novo a Pedro: ‘Simão, filho de João, você me ama?’ Pedro disse: ‘Sim, Senhor, você sabe que eu lhe amo’. Jesus disse: ‘Apascenta as minhas ovelhas’. Pela terceira vez, perguntou a Pedro: ‘Simão, filho de João, você me ama?’ Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: ‘Senhor, você sabe tudo; você sabe que eu lhe amo’. Jesus disse-lhe: ‘Apascenta as minhas ovelhas’” (João 21, 15-17).
O celebrante da missa disse que, em grego—língua em que foram feitas as primeiras cópias da Bíblia—há três formas de se expressar o amor: ágape, filos e eros. Depois, fui pesquisar a esse respeito e descobri que ainda existe uma quarta: storge.
O amor ágape é a forma de amar de Jesus. É a entrega radical pelo bem dos semelhantes. É pensar mais nos outros que em si mesmo. “Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4, 7-8). “Deem graças ao Senhor, porque Ele é bom. O seu amor dura para sempre” (Salmos 136, 1). “Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você” (Isaías 49, 15). “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8, 38-39). “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 João 4, 19).
Esse amor ágape é o praticado pelos santos, tais como, Madre Teresa, Irmã Dulce, Padre José de Anchieta, Frei Galvão, e tantos outros. É o amor que mais se aproxima do amor que Deus tem por nós. É o amor que Jesus nos pede que dispensemos uns para com os outros. É algo tão extraordinário, que nos dá condições de até mesmo chegarmos a amar aos nossos inimigos.
O amor filos é o amor que dedicamos às nossas amizades. Há sempre uma expectativa de retorno. Amamos esperando algo em troca. O eros é o amor-desejo, é desejar algo, comida, carinho, afeto, relacionamento íntimo homem-mulher. E o storge? É o amor pelos membros de nossa família. Fiquei encantado de saber que a língua grega tem essa variedade de formas de exprimir algo tão importante como o amor.
Voltando à passagem do Evangelho, o celebrante explicou que, embora, a pergunta de Jesus a Pedro usasse a forma ágape de amor, a resposta de Pedro, tinha sido apenas na forma filos. Naquele momento, o discípulo ainda não estava pronto para o amor ágape. Mais tarde, porém, ao dar a sua vida pelo Mestre, mostrou que tinha sido arrebatado pelo ágape.
