Divinópolis

Copasa registra aumento de casos de furtos de fios de cobre em Divinópolis

Ocorrências desse tipo deixam as unidades da Companhia sem energia e interrompem o abastecimento de água e tratamento de esgoto na cidade.

O número crescente de registros de furtos de cabos de cobre em unidades da Copasa tem impactado muito a operação do sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas. No mês passado, um furto no reservatório R.2 – responsável pelo abastecimento de aproximadamente 10% da cidade e que atende aos principais hospitais do município, deixou a população sem água por aproximadamente 18 horas.

Outras ocorrências registradas no município chegaram a deixar mais de 80% da população sem água no ano passado, como o furto registrado na subestação de energia elétrica que atende ao reservatório R.1 da Copasa – um dos maiores da cidade. Em função dessa ação, a população ficou sem água por cerca de 12 horas. Também no ano passado, um furto de cabos de energia no reservatório R.3, no bairro Interlagos, deixou 55.299 pessoas sem abastecimento por mais de 5 horas.

Segundo o supervisor eletromecânico da Copasa em Divinópolis, Gilberto dos Santos Adriano, esse número de ocorrências tem crescido no município e, em algumas regiões, os crimes têm sido recorrentes. “Temos muitas ocorrências em unidades isoladas, como é o caso da bateria de poços no Lagoa Park (poços C01, C02 e C03) onde os furtos têm sido semanais. Eles cortam os cabos do padrão e deixam a região toda sem água”, explica. Nesses casos, o impacto é menor do que os furtos em reservatórios, mas ainda atinge cerca de 10 bairros na região Noroeste da cidade que, por ser em uma região alta, a água demora mais a voltar após o restabelecimento da energia.

Também tem sido frequente os furtos no booster Ermida, que abastece o distrito de Santo Antônio de Campos. No início deste ano, em um intervalo de 40 dias, a Copasa registrou duas ocorrências na unidade, deixando cerca 2.800 pessoas sem água. Já no booster São Frei Galvão, a companhia contabiliza três furtos nos últimos seis meses e, em todos eles, houve desabastecimento para cerca de 1.200 imóveis, afetando quatro bairros de Divinópolis.

Um levantamento feito entre 2019 e novembro de 2020 aponta que em cidades da Gerência Regional Divinópolis foram registradas 58 ocorrências de furtos de cabos elétricos, quadros de comando ou componentes elétricos, contabilizando um prejuízo de mais de R$ 250 mil para a empresa.

Para coibir esse tipo de crime, a Copasa tem ampliado a vigilância eletrônica de suas áreas. Segundo Gilberto dos Santos, desde o ano passado, a empresa tem instalado alarmes e sistemas de monitoramento em todas as unidades da companhia em Divinópolis. Além disso, a empresa firmou uma parceria com a Polícia Militar (PM) que tem feito uma ronda ostensiva em todas as unidades para tentar reduzir as ocorrências de furto de cabos.

Estado de Minas

Assim como em Divinópolis, as ocorrências de furto de cabos têm crescido em todo o Estado. Nos últimos 12 meses, entre março de 2021 e março deste ano, a Copasa registrou 104 ocorrências de furtos de cabos de cobre de Minas Gerais, sendo a maior parte nas regiões metropolitana de Belo Horizonte, Central e Sul do Estado. Quase metade desses registros (45%) gerou, como consequência, a falta de água aos consumidores de algumas dessas regiões. Isso porque as unidades de abastecimento da Copasa ficam sem energia, o que impede o bombeamento de água até a população.

Segundo o gerente da Unidade de Controle Operacional da Copasa, Rodrigo Ferreira Coimbra e Silva, um levantamento feito pela empresa aponta para um crescimento de 28% na média de ocorrências mensais de furtos de cabos em 2022. “No ano passado, a gente tinha uma média de 9 furtos de cabos por mês e agora, neste início de ano, a gente está com uma média de 11,6 furtos de cabos por mês”, explicou.

Além do prejuízo ao abastecimento de água, o crime também onera os cofres da Companhia. Nos últimos 12 meses, a Copasa gastou aproximadamente R$ 2 milhões para reparar os danos provocados à empresa e restabelecer a energia nas redes de abastecimento e unidades de bombeamento.

Outros casos

Além da Copasa, outras empresas públicas e privadas têm sofrido com o furto de fios de cobre em Minas. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou que, entre 2019 e 2021, a empresa teve cerca de 20 quilômetros de cabos de cobre da sua rede subterrânea furtados no hipercentro de Belo Horizonte – causando um prejuízo financeiro de aproximadamente R$ 3,3 milhões.

O crime também impacta as empresas de telefonia. Segundo dados da Conexis Brasil Digital (que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade), em 2020, as operadoras registraram 201 mil de metros de cabos furtados ou roubados em Minas. Os dados de 2021 por Estado ainda não foram consolidados, mas até o primeiro semestre do ano passado, apontavam para um crescimento dos crimes em 14,5% a nível nacional.

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