Polícia

Operação Tormentum mira ‘tribunal do crime’ no Aglomerado da Serra

Nesta sexta-feira (13/1), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou a operação Tormentum, visando ao combate a uma organização criminosa atuante no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Doze mandados de busca e apreensão foram cumpridos, e quatro suspeitos presos, sendo três na capital e um em Patrocínio, no Triângulo Mineiro.

As investigações tiveram início após a Polícia Civil receber informes, em 2019, de que uma moradora do Aglomerado da Serra teria sido barbaramente torturada. Porém, a própria vítima se recusou, na época, a fornecer mais informações. Em abril de 2022, outra pessoa teria sido torturada na localidade sob as mesmas características e dinâmica do primeiro caso.

Realizando o cruzamento de informações, a equipe da PCMG chegou a um grupo que, além do tráfico de drogas, praticava crimes brutais contra os moradores, uma espécie de “tribunal do crime” que pune quem contraria os interesses dessa organização criminosa.

Agressões

As vítimas eram submetidas a longas horas de torturas diversas. O delegado Emílio de Oliveira, responsável pelas investigações, explicou, em coletiva realizada após a operação, como a primeira vítima, uma mulher de 19 anos, foi agredida: “Ela foi sequestrada, o cabelo dela foi todo queimado, ela recebeu golpes de facão, de faca, pedrada, cassetete, enfim, foi um crime praticado com requintes de crueldade”. Já o segundo denunciante, “inclusive corre o risco de perder as duas pernas, tamanha a brutalidade”.

A ação do assim chamado “tribunal do crime” buscava proteger a atividade da organização criminosa do Aglomerado da Serra. “Todas as pessoas que contrariavam os interesses dos integrantes desse grupo ou do tráfico de drogas naquela localidade eram submetidos ao ‘tribunal do crime’, no qual os proprios criminosos faziam a acusação e o julgamento e executavam suas decisões por meio de longas sessões de tortura” complementou o delegado.

Operação

Dos quatro suspeitos presos durante a operação Tormentum, três foram localizados no Aglomerado da Serra e um, apontado como um dos chefes da organização, já estava recolhido ao sistema prisional em função de investigações anteriores. O cumprimento dos 12 mandados de busca e apreensão resultou na localização de R$ 15 mil, além de drogas, aparelhos celulares, cadernos com vastas anotações da contabilidade do tráfico, rádios comunicadores, um cassetete, facas e uma pistola.

Emílio de Oliveira esclarece a complexidade em se obter mais informações quando uma organização criminosa exerce seu poder, em um território, por meio da coação e da tortura. “Temos notícia de que várias vítimas foram submetidas a esse mesmo tipo de tratamento, só que, em razão das ameaças, não só as vítimas, mas também seus familiares, costumam se mudar do Aglomerado da Serra e ficam reféns dessas ameaças, de modo a não colaborar com o esclarecimento do crime, o que muitas vezes dificulta a atuação da polícia”, concluiu o delegado.

Fonte: Polícia Civil de Minas Gerais

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