Divinópolis

Após morte de influenciadora, Secretaria de Saúde de Divinópolis instaura sindicância para apurar erro médico na UPA 24h

A  Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Divinópolis, em nota oficial divulgada no início da tarde desta segunda-feira (22) informou que foi instaurada sindicância administrativa na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto Cordeiro Martins para apurar possível erro médico após a morte da influenciadora Tatielle Sacarlat Ferreira. A unidade é um dos serviços mais importantes da saúde púbica em Divinópolis e responsável pelo atendimento de urgência e emergência. A administração da UPA 24H é terceirizada, sendo a gestão responsabilidade do Instituto Brasileira de Políticas Públicas (Ibrapp), alvo de uma série de denúncias de caráter administrativo, também já sob investigação da Semusa.

De acordo com a Semusa, a sindicância vai apurar possível ocorrência de erro médico no atendimento dispensado à influenciadora Tatielle Scarlat Ferreira. “Diante da natureza da ocorrência e por não se tratar de evento de natureza exclusivamente administrativa, a sindicância será conduzida por profissionais médicos, não pertencentes ao corpo clínico da UPA Padre Roberto”, informou a Semusa.

A Secretaria informou que a paciente foi atendida na UPA 24h na terça-feira da semana passada (16) e queixava-se de diarreia, vômito e dor generalizada. Ainda de acordo com a Semusa, a paciente foi “orientada e medicada”, sendo mandada de volta para casa. Após quatro dias, no dia 20 de abril, às 8h50, a paciente retornou à unidade com graves problemas respiratórios.  Após vários exames, dentre eles um RX, foi identificada uma pneumonia. Pela segunda vez, a paciente foi medicada, orientada e liberada com prescrição de antibióticos.

No mesmo dia, às 18h21, a paciente retornou à UPA, levada pelo Samu, com os mesmos sintomas intensificados. Ela foi entubada e transferida para a Sala Vermelha do Hospital São João de Deus às 4h15, deste domingo (21). A influenciadora morreu logo após dar entrada no  Complexo de Saúde São João de Deus.

30 DIAS

A sindicância deverá ser concluída em 30 dia. A Semusa informou que, caso o relatório final conclua por erro médico, “será remetido ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais para conhecimento e ponderação em relação às providências de natureza técnica e ética, bem como instruirá a Secretaria Municipal de Saúde na adoção das providências administrativas eventualmente cabíveis”.

A Semusa informa também que o Ibrapp, empresa responsável pela gestão da UPA Padre Roberto Cordeiro Martins, já foi acionado para prestar esclarecimentos em relação ao ocorrido, uma vez que, pela natureza contratual, não há subordinação direta dos funcionários daquela unidade à Secretaria Municipal de Saúde.

TERCEIRIZAÇÃO

O Ibrapp é a terceira empresa terceirizada pela Prefeitura para a UPA 24h. Em março, o contrato com o Instiuto, assinado no dia 12 de setembro de 2022, completou 18 meses. Nesse curto espaço de tempo, o Ibrapp já foi alvo de diversas denúncias de mau atendimento, troca de corpos, além de graves denúncias de fraudes na área administrativa.

O valor inicial do contrato foi de R$ 106.199.940,00 por cinco anos, porém, com os aditivos, esse valor já subiu para R$ 147.591.779,04. O Ibrapp ainda recebe auxílio federal para pagamento do piso da enfermagem e em março desse ano recebeu mais R$ 81,7 milhões a título de “reequilíbrio econômico financeiro mediante aumento do valor do plantão médico. já contemplado o aumento do quantitavo de médicos que extrapola a exigência mínima do Termo de Referência”.

Inaugurada em 2014, a UPA foi imediatamente entregue à terceirização. A primeira gestão ficou sob gestão da Fundação Santa Casa, da cidade de Formiga. Foram tantas as fraudes, que houve necessidade de intervenção da Polícia Federal. Posteriormente a UPA foi entregue para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), que teve o contrato rescindido também por fraudes e atendimento precário. Agora, a mesma situação se repete, com mais uma empresa terceirizada envolvida em seguidos escândalos.

“Infelizmente quando o Sintram briga contra as terceirizações, não somos ouvidos pelas administrações, pois aos governantes interessa entregar o serviço público a terceiros, mesmo que para isso tenha que sacrificar o cidadão, como estamos assistindo ao longo dos 10 anos de terceirização da UPA. Não há controle, não há fiscalização e a Câmara finge que fiscaliza, mas não exige as mudanças necessárias, pois a maioria dos vereadores quer continuar fazendo suas barganhas com o Executivo, mesmo que isso custe o sacrifício do cidadão”, declara o presidente do Sintram, Marco Aurélio Gomes.


Fonte – Comunicação Sintram

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